Novidades

Como é Feita a Recarga de Extintor de Incêndio

Condomínios, indústrias ou comércios: todos têm algo em comum quando o assunto é segurança contra incêndios — precisam manter os extintores recarregados e em perfeitas condições de uso. Muita gente vê o extintor ali na parede e acha que ele está sempre pronto para uso, mas a verdade é que esse equipamento exige manutenção e recarga periódica.

Recarga de extintor não é só encher de novo com o mesmo pó ou água. O processo é técnico, segue normas rígidas e deve ser feito por empresas autorizadas pelo Inmetro. Entender como essa recarga é feita ajuda a evitar riscos desnecessários e até multas em fiscalizações.

Por que os extintores precisam de recarga?

Assim como um pneu precisa de calibragem com o tempo, o extintor de incêndio também perde eficiência se não for verificado. A recarga é necessária por diversos motivos:

  • Após o uso, mesmo que parcial
  • Ao vencer o prazo de validade
  • Em caso de perda de pressão
  • Após vistoria técnica que identifique falhas

Segundo a ABNT NBR 12962, todo extintor deve passar por inspeção visual mensal e manutenção anual. A recarga faz parte dessa manutenção e garante que o agente extintor (água, pó químico, gás carbônico etc.) esteja em condições ideais de atuação.

Tipos de extintores e seus agentes

Antes de falar da recarga em si, é importante entender que nem todo extintor é igual. Eles são diferentes porque combatem diferentes tipos de fogo.

Os principais são:

  • Água pressurizada: indicado para materiais sólidos como papel e madeira
  • Pó químico (ABC ou BC): age em combustíveis líquidos, sólidos e equipamentos elétricos
  • CO₂ (gás carbônico): muito usado em ambientes com computadores, painéis ou servidores
  • Espuma mecânica: ideal para líquidos inflamáveis
  • Classe D (metais pirofóricos): usados em indústrias específicas

Cada um desses modelos tem um processo de recarga distinto, o que exige cuidado redobrado na hora de contratar a empresa responsável.

Etapas da recarga de um extintor

O processo pode variar um pouco de acordo com o tipo de agente extintor, mas de modo geral, a recarga envolve os seguintes passos:

1. Recebimento e triagem

A empresa de recarga recebe os extintores e faz um checklist inicial. Verifica o estado do cilindro, etiquetas, lacres, sinais de corrosão e validade da última manutenção.

Se o extintor estiver danificado, ele pode ser descartado e substituído. Caso contrário, segue para a próxima etapa.

2. Identificação e rastreabilidade

Cada extintor recebe uma etiqueta de controle, com número de série, data da recarga e identificação da empresa. Isso é exigido pelo Inmetro e facilita futuras inspeções.

A rastreabilidade garante que, em caso de falhas, seja possível saber quem fez a recarga e quando.

3. Esvaziamento do agente extintor

O conteúdo do extintor anterior é totalmente retirado. Esse material, se ainda estiver dentro do prazo e em bom estado, pode ser reutilizado. Caso contrário, é descartado seguindo normas ambientais.

No caso de extintores de CO₂, o gás é liberado em câmara específica, enquanto o pó químico é aspirado por equipamento com filtro.

4. Limpeza interna e externa

O cilindro é limpo internamente para retirar resíduos ou umidade. Externamente, pode passar por jato de ar, escovação ou até pintura, se necessário.

Um extintor limpo não é apenas estético, mas também sinal de cuidado e conformidade com normas técnicas.

5. Verificação da integridade do cilindro

É feita uma vistoria visual e mecânica, além de teste hidrostático a cada 5 anos. Esse teste verifica se o cilindro suporta a pressão interna e evita explosões ou vazamentos.

O teste hidrostático envolve encher o cilindro com água sob alta pressão e observar se ele mantém a estrutura sem deformações.

6. Recarga com agente novo ou reaproveitado

Agora o extintor é preenchido novamente com o agente apropriado. Essa etapa exige equipamentos específicos e balanças de precisão.

  • No caso de pó químico, ele é adicionado aos poucos para evitar compactação
  • Para extintores de CO₂, usa-se um sistema pressurizado e balança
  • Já os de água recebem também uma quantidade de gás nitrogênio para manter a pressão

A recarga é feita conforme especificações do fabricante e da norma técnica vigente.

7. Pressurização

Os extintores de pó e água são pressurizados com nitrogênio seco. O manômetro é instalado e calibrado para indicar corretamente a pressão interna.

É importante que a pressão esteja entre os limites indicados no visor. Se estiver fora, o extintor pode não funcionar ou até explodir.

8. Lacre e etiquetagem

Após a recarga, o extintor é lacrado com fita inviolável. Também é colocada a nova etiqueta de manutenção, com a validade, nome da empresa, lote e data da recarga.

Esse lacre é fundamental: se estiver rompido, significa que o extintor foi usado ou adulterado.

9. Teste final e liberação

O último passo é o teste de estanqueidade e verificação da funcionalidade do equipamento. Só após esse teste o extintor é liberado para ser entregue ao cliente.

Esse processo completo leva algumas horas e pode ser feito no mesmo dia, dependendo da demanda.

Quando é hora de fazer a recarga?

Muita gente tem dúvida sobre quando é necessário recarregar. A regra geral é:

  • A cada 1 ano, para extintores não utilizados
  • Após qualquer uso, mesmo que mínimo
  • Se o lacre estiver rompido
  • Se o manômetro estiver fora da zona verde
  • A cada 5 anos, é obrigatório o teste hidrostático

É comum a pessoa só lembrar disso na hora da vistoria dos bombeiros. Mas deixar o extintor vencido pode gerar multa, interdição e até responsabilidade criminal, caso ocorra um acidente.

Quanto custa uma recarga de extintor?

O preço varia conforme o tipo de extintor e a quantidade. Em média:

  • Pó químico (4 kg): R$ 45 a R$ 70
  • CO₂ (6 kg): R$ 80 a R$ 140
  • Água pressurizada: R$ 40 a R$ 60

Empresas que fazem grandes volumes podem negociar valores menores. É importante lembrar que o barato pode sair caro se a empresa não seguir as normas.

Como escolher a empresa certa para recarga

Muita atenção nesse ponto. Não é qualquer empresa que pode fazer recarga de extintores. Ela precisa ser certificada pelo Inmetro e seguir rigorosamente a ABNT NBR 12962.

Antes de contratar, verifique:

  • Se possui certificação do Inmetro
  • Se emite certificado de garantia após o serviço
  • Se realiza teste hidrostático, quando necessário
  • Se possui infraestrutura própria (evitar empresas que terceirizam tudo)
  • Se entrega nota fiscal e etiqueta de rastreabilidade

Evite empresas de fachada, que só colam etiqueta falsa e não fazem a recarga real. Isso é mais comum do que parece.

Sinais de que seu extintor precisa de manutenção urgente

Se você observar qualquer uma das situações abaixo, busque imediatamente uma empresa especializada:

  • Lacre rompido ou ausente
  • Etiqueta de recarga vencida
  • Vazamento visível
  • Pó saindo do bico
  • Extintor muito enferrujado ou amassado
  • Manômetro fora da zona verde (em modelos que possuem)

Não é exagero dizer que um extintor com falha pode ser a diferença entre conter um incêndio ou perder todo o patrimônio.

Curiosidades sobre o processo de recarga

  • O Brasil segue padrões internacionais, e as normas da ABNT são baseadas em modelos usados em países como Alemanha e Estados Unidos.
  • Cada extintor tem um número de série único que acompanha sua vida útil do início ao descarte.
  • A recarga de extintores é considerada uma atividade de risco e deve ser feita por profissionais treinados, com EPIs adequados.
  • Empresas de mudanças muitas vezes incluem no checklist de vistoria o estado dos extintores do cliente, especialmente em mudanças corporativas.

Essa última curiosidade mostra como até áreas não diretamente ligadas à segurança contra incêndios, como transportadoras ou empresas de mudanças, precisam ficar atentas à validade e conservação dos extintores transportados.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo